Carta ao Srº Corvo Snow

Querido Snow,

 Temo que minha promiscuidade atrapalhe nossos planos e eu não possa vê-lo na chegada do verão. Temo, pois mesmo sendo corvo, vós sois bom e eu de nada valho promiscua. 

 Querido, não passa se quer uma lua sem que eu deseje estar junto ao teu céu e estrelas, mas esperarei invernos passarem para que eu possa estar a seu lado. Esse tempo é necessário para possamos desfrutar sem medo, sem meu medo. Contarei as estações para que este dia chegue. Estarei me preparando para que nada nos atrapalhe, por favor entenda, meus medos são sérios. 

PS: Espere-me 

Carinhosamente, 

Fluer D'été

Atos e Provações

Jamais provarei que sou capaz de coisas grandiosas

Sou capaz, mas não provarei

Não provarei a ninguém

Não quero que me vejam por grandes atos

Nem que me aplaudam

Dessas coisas não preciso, eu insisto

Não provarei a mãe que exigente reclama por faculdade, diploma

Mesmo que seja minha mãe, mesmo que a ame, não provarei

Não provarei aos que furiosos reclamam, pensando que não me importo

Mesmo que me machuque, cada palavra, mesmo que os ame, não provarei

Para mim, de nada vale provação para platéia e aplausos

E mesmo que não vejam o meu esforço e o meu amor, não provarei

Nem com atos, nem com palavras

Nem com teatro, nem com declarações

Por mais que não pareça, eu me importo, eu me esforço, eu amo, eu sei!

Atos Que Passam

O tempo passa

Passa 1, passam 2

Passam 3 e passam 4

Passam os dias

Passa ontem

Chega hoje

E ouço o relógio

"tic-tac-tic-tac"

E o barulho trás a agonia

E a agonia trás lembranças

De que o "tic-tac" do relógio

São os dias que passam e passam

Passa 1, passam 2

E passam 3 dias

Toda uma vida

Atos Que Não Vejo

"Você não faz nada, não diz nada e só fica olhando para o vazio. É...Nada mudou!"

"Por favor... Dia alguma coisa... Se sim ou não... Por que  você não diz nada? Por que não me responde?"

Simples perguntas foram feitas e nenhuma delas respondidas

Quando estou em um conflito eu me calo, nada digo

Se me chateiam, nada digo

Se estou triste, nada digo

Se estou furiosa, nada digo

Nada digo, nem o motivo

Nada digo e nada digo

Só sinto e deixo comigo

Antes eu chorava, agora nem isso

Não digo nada a ninguém

Tenho medo, mas nada digo

Tenho fome, mas nada digo

Tenho raiva, mas nada digo

E por esse motivo, os que eu amo

Iram-se

Xingam-me

Questionam-me

Desacreditam-me

E de mim, só vêem o silêncio

Nenhuma ação simples ou lógica

Nada que entendam ou que faça sentido

Só o silêncio, só isso...

Atos

Olhos que procuram

Mãos que tocam

Boca que lê

Esquerda-Direita

Sempre descendo e subindo

Passa-Passa

Boca sorrindo, risada

Olhos chorando, lágrimas

Mãos que firme, seguram

Vem a emoção

Olhos

Boca

Mãos

Êxtase

Satisfação