quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Seis horas da manhã
E o sol ainda não brilhava
A escuridão que nas ruas caminhava
Não abalava aquele rosto de maça

Seus olhos que transmitiam primavera
Já não estavam lá, o que aconteceu?
Todos se perguntam "O que ocorreu?"
Por que seus olhos estão na penumbra eterna?

Dez horas da manhã 
E ela vê-se em meio a rosas
Em um campo repleto de lajotas
Com um urso de pelúcia nas mãos

Seus olhos que transmitiam primavera
Agora nem verão, o que aconteceu?
Perdeu-se quem mais amava
Mas nada abala aquele rosto de maça

Nada é o que parece
Ela sofre, sofre em silêncio
Triste porém verdade
Ninguém pode ajudar

O sol não voltou a brilhar
E a garota já não sorria
Já não continha alegria
Não havia ninguém para ela curar

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Mudanças

Quando eu era pequena costumava imaginar 
Um campo ensolarado e todos felizes
Gatos brincando com cachorros
Eram coisas que eu via e gostava

Mas um dia meu sol caiu esmagando todos
Jurei nunca mais sonhar com campo ensolarado
Animais sendo esmagados
Foi o que aconteceu e meu coração sangrou

Quando eu era pequena costumava acreditar
Em fadas boazinhas e todos felizes
Flores em vasos engraçados
Eram coisas que eu acreditava e gostava

Mas alguém irritou as fadas esmagando todos
Jurei nunca mais fazer pedidos para o nada
Galhos secos e um aperto
Foi o que senti e lágrimas caíram

Quando eu era pequena costumava sair
Com meu pai e todos felizes
Pipoca e algodão doce
Era o que eu gostava

Mas então o palhaço veio esmagando todos
Jurei nunca mais ir a circos
Comida estragada no chão
Foi o que aconteceu, choros e velas...

Agora que cresci costumo viver
O mundo real de forma irreal 
Quase todos felizes
Músicas e poemas
É o que eu faço e gosto...

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Doce Garota

Seus lábios me conduzem
A algo que não sei explicar
Seus olhos dizem coisas
É mais do que um simples olhar
Sonho contigo, doce garota...

Acordado, penso em seu perfume
E como preso a ele
Acordado, espero o sol chegar
Para revê-la doce garota...

Nada irá desfazer o que tu fizestes
Seu sorriso me conduz a algo mais
Nada irá desfazer o que sinto
Domado estou, preso a ti

Não sou submisso, mas assim eu fico
Escravo de cada ato teu
Seu corpo é mais do que eu podia ter
Nada irá desfazer o que fizemos
Quero somente a ti, doce garota...

Eu e ela...

Havia uma garotinha em um mundo de metal
Onde nada passa e tudo faz mal
Ela nunca diz o que sente realmente,mas eu vejo
sua dor que nunca sara, nunca vai embora
Ninguém a vê, ninguém a ama e sua dor
não passa, não sara e nunca vai embora
Ela me fez sentir seu medo,fez sentir sua tristeza
e hoje sofro por ela, morreria por ela...
E ninguém a vê como eu a vejo, ninguém a ama como eu...
Estamos unidas por sangue, mas somos diferentes:ela é a mocinha e eu a vilã
Ela nunca diz o que pensa realmente, mas eu sei como se sente
com essa dor que nunca sara, nunca passa...
E ela está presa no mundo de metal e eu a ela,como a rosa e seu espinho eu me ligo a ela,
como um feto vazio eu sinto a dor dela
Eu sou o inverno e ela o verão
sou fria e calculista e ela quente e emotiva
Eu nasci para não deixa-la sozinha, mas em meio a meu propósito
a deixei cair, por que sou a vilã a parte ruim que a acompanha
e ela a parte boa dentro de mim...
Eu vim por que ninguém a vê, ninguém a ama
E ela me fez ver o quanto a consideração pode ser algo ruim, que destroi almas...
E eu vi o quanto ela é injustiçada e humilhada e o único sentimento que brotou em mim foi o ódio e a vontade de protege-la...
Ela nunca me diz quando está sofrendo, não preciso disso posso ver sua dor que nunca sara, que nunca vai embora...
Vejo sua tristeza e revolta presas junto a ela no mundo de metal, onde nada passa, nada vai embora...

Desordem

Aqui estamos nós
Corpos sem cabeças
Parados e sem relógio
Com palavras mudas
Para cegos surdos

Aqui estamos nós
Corpos sem cabeças
Sem teto sem asfalto
Sem gatos no telhado
Com ratos nos bolsos furados

Aqui vamos nós
Cabeças sem corpos
Com minhocas e buracos
Capital e capitado
Para corpos desgovernados

Aqui vamos nós
Cabeças sem corpos
Palavras cruas pensamento assado
Viva o verde imaculado!
Viva a vida de cabeça para baixo!

Aqui concluímos nós
Seres humanos
Cabeças sem corpos
Corpos sem cabeças
Nada do que fazemos
Compensa o estrago.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Tudo e nada

Se eu pudesse ver o que está acima de mim, o nada seria tudo
Se eu pudesse cantar o que está dentro de mim, o nada seria tudo 
O nada seria tudo e eu veria o mundo, como só eu poderia.
Assim eu viveria, estaria, talvez até ficaria
Mas o nada insiste em existir, em me oprimir e eu continuo assim...
Se eu realmente pudesse seguir quem a mim foi mostrado, o nada seria tudo 
e eu veria o mundo como só ele diz...

sábado, 9 de outubro de 2010

Eu grito a mim mesma

Vejo-me em círculos, sem saber para onde andar
Pensei que seria um pouco mais feliz neste lugar
Mas hoje eu sei que não se pode ser feliz fugindo
Pedindo, sedenta por algo a completar
Estou louca, morta sem forças pra lutar

 Em meio a sorrisos esconde-se lágrimas
Lágrimas do desespero, do medo, do erro
Lágrimas que não saem pelo orgulho?
Ou simplesmente por não terem para onde ir?
E eu fico aqui sedenta sem me mecher

Em meio a olhares esconde-se solidão
Solidão que nada revela só apodrece
Solidão que nada espera só enlouquece
Ou simplesmente brinca de marionete?
E eu fico aqui olhando o mundo turvo
Sem saber me aproximar

Em meio ao silêncio esconde-se dores
Dores de amores dos primeiros amores
Dores dos horrores feitos pelos amores
Ou simplesmente pelas sete cores?
Mas eu fico aqui cansada do nada,
e tudo leva-me de volta a nostalgia

Ninguém  pode notar meu martírio
Afastei-me por medo, pelo sossego
Todos me culpam, aqueles que amo
Então fujo para o país maravilhoso
Algo mais vistoso, mais gostoso
E tudo cai em mim de novo

A eterna magia se transforma em porcaria
As pequenas fadas em feitiçaria, bruxaria
Aqueles que amo, odeiam mais e mais
Culpam a mim e outros pelos meus atos
Achando serem os mais sensatos, então eu me calo
Culpada! Culpada! Culpada! grito a mim mesma...